terça-feira, 21 de abril de 2009

JUNG E O CONCEITO DE SINCRONICIDADE


Eis-me aqui nesta tarde de terça-feira, 21 de abril, feriado de Tiradentes, apresentando aos amigos o meu blog. O título escolhido para intitulá-lo já diz muito. Trata-se de um dos conceitos mais comentados e, por que não dizer, mais controversos do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. O conceito foi explorado por Jung inicialmente num texto publicado em 1951, A sincronicidade e, posteriormente, num outro de 1952, Sincronicidade: um princípio de conexões acausais.

O pressuposto da Sincronicidade parte do princípio de que não há acasos, ou seja, os acontecimentos que constituem uma história de vida se entrelaçam e tendem a um determinado objetivo. Conclui-se disso que a vida tem um sentido, ou seja, os fatos da vida de uma pessoa não são frutos do acaso. Recordo que certa vez, durante um Encontro Regional de Psicologia, ocorrido em Fortaleza, e do qual fui convidado a participar de uma mesa redonda para falar dos pressupostos da psicologia junguiana, um colega psicanalista me atribuiu a alcunha de "tipo medieval" por ver em tudo um sentido.

Bem, para mim não dá pra ser diferente. Insisto em acreditar que a vida tem um sentido, tende para um objetivo, apesar de, por mais de uma vez, me ter ocorrido a tentação de concluir o contrário. E, afinal, se depois de tudo tivermos que concluir, a contragosto, que estávamos equivocados em atribuir à vida um sentido, bem... então inventaremos um que nos seja conveniente.

Convido aos que assim pensam a dialogarem comigo sobre esta busca do sentido da existência. Devo advertir que, no momento, as questões sem resposta a propósito do tema ainda são muitas, mas como seria insípida a vida não fossem as questões que ela no coloca...

Para concluir, deixo aos amigos um trecho do livro de Milan Kundera, A insustentável leveza do ser, citado por Robert H. Hopcke na Introdução do seu livro Sincronicidade ou por que nada é por acaso (Rio de Janeiro: Record: Nova Era, 1999, p. 11):

É errado, portanto, censurar um romance que é fascinante por suas misteriosas coincidências (...) mas é certo censurar o homem que é cego a essas coincidências em sua vida diária. Pois sendo assim, ele priva sua vida de uma nova dimensão de beleza.
Domvasco

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